sábado, 31 de março de 2012

Semana da Árvore chega ao fim com o dever cumprido

Conscientização. Desde o último domingo, 25, todas as ações da Prefeitura Municipal de Aracaju (PMA), por intermédio da Empresa Municipal de Serviços Urbanos (Emsurb), tiveram nessa palavra o principal objetivo. Ao passo em que as atividades da Semana da Árvore aconteciam pela cidade, cada aracajuano envolvido nos trabalhos referentes ao cuidado e preservação do meio ambiente pôde compreender melhor o quanto é capaz de colaborar com o ecossistema.

Equipe da Emsurb coordena o plantio e orienta os estudantes (Fotos: Ascom/Emsurb)  
 Por meio de palestras, plantio de mudas, intervenções urbanas, sessão de cinema ou participando da implantação de projetos, cidadãos de todas as idades tiveram a oportunidade de não apenas plantar uma semente na consciência, mas principalmente perceber a importância de continuá-la regando diariamente. Nesta sexta-feira, 30, alunos da Escola Municipal de Ensino Fundamental (Emef) Anísio Teixeira e do Colégio Arquidiocesano compareceram ao Parque Governador Augusto Franco (Sementeira) no dia de encerramento da Semana da Árvore.
A visitação se deu a partir do projeto ‘Amigos do Planeta Terra', desenvolvido pela Coordenadoria de Desenvolvimento de Pessoal da Emsurb. A iniciativa tem por objetivo conscientizar e apresentar aos estudantes os problemas causados à natureza pelo despejo inadequado do lixo, e como as ações de recolhimento nas ruas, encaminhamento ao aterro sanitário e separação correta dos resíduos são de fundamental importância para a saúde da população. Durante a orientação exposta pela equipe da empresa, os alunos também puderam assistir a um vídeo mostrando o trabalho realizado pela Cooperativa dos Agentes Autônomos de Reciclagem de Aracaju (Care).

Alunos do Colégio Arquidiocesano realizam o plantio de mudas
"O projeto existe desde 2008 e nosso objetivo é trazer alunos de escolas públicas e particulares para conhecerem o patrimônio natural do parque, como também receberem palestras sobre a temática do meio ambiente. A gente tem um foco maior sobre a coleta seletiva, para que as escolas possam desenvolver esse trabalho na própria instituição junto aos alunos", enfatizou a coordenadora do ‘Amigos do Planeta Terra', Lara Guimarães.
Atividades extraclasse
Responsável pela turma do 5º ano que compareceu à visita, a coordenadora pedagógica da Emef Anísio Teixeira, Adeci Figueiredo, comentou sobre o envolvimento da Escola Municipal com os projetos concebidos pela Emsurb. "O colégio sempre comparece a eventos desse tipo e, nos últimos dias, nós participamos de várias ações que aconteceram na Semana da Árvore. Hoje, estamos aqui conhecendo esse trabalho da Emsurb para saber os tipos de mudas plantadas no horto, e de onde saem para a cidade as árvores dos mais diferentes tipos", disse a coordenadora pedagógica.
Após as orientações recebidas e conhecimentos adquiridos pelos alunos, mais de 200 mudas foram disponibilizadas pela Emsurb para que eles, após conhecerem o método de produção e realizarem seu plantio, levassem para suas casas árvores como o ipê-amarelo, aroeira da praia, neem ou jambo. Embora timidamente, outras pessoas que passeavam pelo Parque da Sementeira também foram sozinhas ou em família, se aproximando e demonstrando interesse pela ação socioambiental.

O professor de Biologia e Educação Ambiental do Colégio Arquidiocesano, José Bezerra. 
"Acho fantástico tirar o aluno da sala de aula e colocá-lo em contato com a natureza, porque isso o favorece a refletir e ficar mais curioso sobre esse tema. O rendimento e o aproveitamento em atividades extraclasse são diferentes. O Arquidiocesano tem um projeto de educação ambiental que eu coordeno, o Cheirinho de Mato, onde nós temos um laboratório e os alunos entram em contato com o ecossistema e têm aulas ao ar livre. Nós temos essa parceria com a Prefeitura, dando apoio a qualquer iniciativa de convívio com o meio ambiente, e todos os anos nós trazemos os alunos aqui na Emsurb", destacou o professor de Biologia do Colégio Arquidiocesano, José Bezerra.

A coordenadora do Amigos do Planeta Terra, Lara Guimarães
Fonte: Prefeitura de Aracaju

quinta-feira, 29 de março de 2012

Hora do Planeta 2012: Todos no Escuro Contra o Aquecimento Global


 O que é?
A Hora do Planeta é um ato simbólico, promovido no mundo todo pela Rede WWF, no qual governos, empresas e a população demonstram a sua preocupação com o aquecimento global, apagando as suas luzes durante sessenta minutos.

Quando?
Sábado, dia 31 de março, das 20h30 às 21h30. Apague as luzes para ver um mundo melhor. Hora do Planeta 2012.

Onde?
No mundo todo e na sua cidade, empresa, escola, casa... Em 2011, mais de um bilhão de pessoas em 5250 cidades, em 135 países, apagaram as luzes durante a Hora do Planeta. Em 2012, a mobilização será ainda maior.



"Participe dessa importante mobilização ambiental contra o aquecimento global!", professor José Bezerra 

sábado, 24 de março de 2012

INTERAÇÃO: Como a natureza trabalha e beneficia o homem

As relações entre os seres vivos e deles com o meio resultam em muita coisa boa para a sociedade, como o aumento da capacidade da produção agrícola. Conheça um pouco mais dos chamados serviços ecológicos.



Segundo a Organização das Nações Unidas (ONU), a população mundial atingiu a marca de 7 bilhões de pessoas no início de novembro. Para manter toda essa gente viva, o homem tem de trabalhar para garantir recursos como alimentos, energia e água. Nessa tarefa, a natureza é uma parceira importante. 

Graças às relações que existem entre os seres vivos e deles com o meio, são produzidos inúmeros serviços ambientais, que nos garantem benefícios, como a regulação da temperatura do planeta e o fornecimento de matérias primas. Por ser relativamente novo (criado na década de 1960), o conceito (também conhecido como serviço ecológico ou ecossistêmico) é pouco abordado em sala de aula. Mas é importante explorá lo para que as crianças compreendam que, ao fazer o seu papel, cada ser vivo impacta o ambiente ao redor e outros seres vivos, entre eles, o ser humano. 

"Conhecer os serviços ecológicos contribui para que os alunos passem a atribuir valor a eles", afirma Paulo De Marco Júnior, professor da Universidade Federal de Goiás (UFG). Ou seja, abordar o conteúdo ajuda os estudantes a compreender que o importante não é preservar por preservar, mas fazê lo porque tudo na natureza tem funções na manutenção da vida. 

PARA SE BENEFICIAR, O SER HUMANO PODE INTERFERIR NOS SERVIÇOS 
Diversas relações são valiosas para o homem. Os insetos e algumas plantas, por exemplo, mantêm um relacionamento por meio da polinização. Esse processo de reprodução de alguns vegetais é um serviço ecológico (veja o infográfico aqui). O mesmo vale para a cadeia alimentar e a decomposição, cujos préstimos são denominados, respectivamente, controle biológico e ciclagem de nutrientes). 

Quando não há a interferência humana, como nos exemplos já citados, os serviços são classificados em diretos. Senão, são indiretos - a produção de papel é um exemplo: o meio ambiente fornece a matéria prima (as árvores) e, ao identificar esse potencial, o homem fabrica o produto por meio de processos industriais. Na mesma linha está a produção de energia, captada da força do vento, da água ou de outra fonte natural. É necessário saber que serviços ambientais não são o mesmo que funções ecossistêmicas.  

Controle biológico: Os insetos considerados pragas na agricultura integram a cadeia alimentar de sapos e rãs. Ao comê-los, os anfíbios ajudam no controle biológico. Preço do serviço artificial 17 trilhões de dólares por ano*. 

Essas representam as interações entre os elementos de um ecossistema que geram os serviços. "A dispersão de sementes realizadas pelos pássaros é uma função que passa a ser considerada serviço quando há um benefício ao homem, como a recuperação natural de áreas desmatadas", diz De Marco Júnior. 

SEM O TRABALHO DA NATUREZA, A SOCIEDADE SOFRERIA PREJUÍZOS 
Os serviços têm uma ligação direta com conteúdos clássicos de Ciências. Para trabalhá los, vale ampliar a discussão sobre eles. Durante o estudo da fotossíntese, por exemplo, questione: como a retirada de carbono da atmosfera afeta o homem? Existe um mecanismo artificial que faça esse trabalho? Leve a turma a compreender que plantas e algas fazem o serviço sem cobrar nada, como parte da manutenção da vida delas, e que é possível o homem fazer o mesmo sem elas, porém não seria viável.  

Ciclagem de nutrientes: Os micro organismos que fazem a decomposição de matéria orgânica na natureza a transformam em nutrientes que são fixados no solo, servindo de adubo. Preço do serviço artificial 417 bilhões de dólares por ano*. 

O gasto com a regulação de gás seria de 1,3 trilhão de dólares por ano, de acordo com artigo The Value of the World’s Ecosystem Services and Natural Capital (O Valor dos Serviços Ecossistêmicos e Capital Natural do Mundo, em português), publicado pela revista científica norte americana Nature. Promover esse tipo de discussão é importante tanto para valorizar os benefícios como para problematizar o que pode ocorrer caso esses recursos se esgotem. "Mesmo recorrendo à tecnologia, os cálculos revelam que quase sempre haveria prejuízo econômico", afirma Andréia Vieira, bióloga, especialista em Educação e diretora do Instituto Supereco, em São Paulo. Pesquisadores estimam que seriam gastos 33 trilhões de dólares por ano para substituir todos os serviços. 

"Discutindo esse conceito, o professor mostra que não é preciso viver nas florestas para ser afetado pelo meio ambiente ou afetá lo de alguma forma", diz Andrée. Além disso, dá ênfase à ideia de que consumir de maneira consciente é uma forma de cooperar para que não haja o esgotamento dos recursos e, consequentemente, dos serviços. A natureza opera gratuitamente todos os dias em nosso benefício. Resta decidirmos como vamos aproveitá la e lidar com ela. 

Fonte: Nova Escola, Fernanda Salla 

quarta-feira, 14 de março de 2012

MANGUEZAL: Ameaça ao Berçário

O novo Código Florestal pode agravar a depredação dos manguezais, ecossistemas que se estendem por dezesseis estados e são a base da biodiversidade no litoral



Quando se fala em ecossistemas ameaçados pela ação humana no Brasil, logo vêm à mente a Floresta Amazônica e a Mata Atlântica, que sofrem desmatamento acelerado, e o Pantanal, ocupado de forma desordenada. Menos lembrados são os manguezais, embora eles tenham importância crucial para a manutenção da vida na costa brasileira. Os manguezais estão presentes em dezesseis estados que têm litoral — a única exceção é o Rio Grande do Sul. O Brasil abriga a terceira maior área de manguezais do planeta, mas estima-se que um quarto da região de mangue original já tenha sido destruído, em parte para a instalação de salinas e de fazendas marinhas para a criação de camarões.
 


Se o novo Código Florestal, que deve ser votado na Câmara dos Deputados nos próximos dias, for aprovado com o texto que já passou pelo Senado, a situação dos manguezais poderá se deteriorar ainda mais. Pelo código atual, os mangues são áreas de preservação ambiental, ou seja, não podem ser ocupados nem desmatados. O texto do novo código prevê o uso de 10% a 35% dos manguezais — dependendo do estado — justamente para a instalação de salinas e para a criação de camarões. Os manguezais são basicamente o ecossistema de transição entre o mar e o continente. Encontram-se apenas nas regiões mais quentes do globo, principalmente na faixa entre os dois trópicos. Para se desenvolverem plenamente, necessitam de muita irradiação solar, chuvas fartas e grande amplitude de marés. 


Na costa dos estados do Amapá, Pará e Maranhão, os manguezais chegam a ter 40 quilômetros de largura e suas árvores alcançam mais de 40 metros de altura. O terreno lodoso característico desse bioma é formado por sedimentos de origem marinha e continental, restos de folhas, galhos e animais em decomposição. Isso torna o ambiente rico em material orgânica, o que atrai espécies de micro-organismos e animais que usam aquela região como fonte de alimento e refúgio contra predadores. 

Ao longo de toda a costa brasileira, as pessoas que moram próximo ao manguezal dependem de sua riqueza para a subsistência. É comum a coleta de crustáceos e moluscos que vivem enterrados na lama para o comércio. "Cerca de 70% das espécies de peixes, moluscos e crustáceos que são pescadas comercialmente no litoral brasileiro têm relação com os manguezais em alguma fase de sua vida", diz a bióloga Yara Schaeffer Novelli, orientadora do programa de pós-graduação em oceanografia da Universidade de São Paulo. Os manguezais também servem de refúgio para aves migratórias. Os mangues do Maranhão e Pernambuco, e também os da região de Cubatão, no litoral paulista, recebem batuíras e maçaricos, aves típicas do norte do Canadá e Estados Unidos, que se recuperam ali após a longa viagem.


A caminhada do caranguejo
A espécie-símbolo dos manguezais passa pelas três faixas do ecossistema ao longo da vida - veja oinfográfico

A flora dos manguezais não apresenta grande variedade. Existem basicamente seis espécies de planta nesse ecossistema no litoral brasileiro. Suas raízes expostas servem como fi ltro dos sedimentos que correm misturados à água e também como fator atenuante de tempestades em áreas costeiras. Em Cubatão, as folhas e os troncos das árvores de mangue às vezes se cobrem de uma película oleosa, composta de resíduos da queima e refi no de petróleo na região. Sem esse filtro natural, a poluição na área poderia ser ainda mais intensa, afetando diretamente as praias da Baixada Santista.

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Hoje, no Brasil, a faixa de manguezal mais ameaçada é a área conhecida como apicum, palavra de origem tupi que signifca "brejo de água salgada". Os apicuns ocorrem geralmente nas regiões onde as marés têm difi culdade em avançar na costa por encontrar terras elevadas. A água que chega a essas terras se evapora rapidamente e o chão acumula tanto sal que nele sobrevive apenas a vegetação rasteira. A aparência desolada dos apicuns é enganosa. 

Seu solo abriga boa parte da reserva de nutrients do manguezal. Ele também serve de abrigo para os caranguejos na fase final de seu desenvolvimento. É nos apicuns que se instalam as criações de camarão, principalmente no Ceará, Rio Grande do Norte e Piauí. Escavam-se enormes tanques que acabam por mudar permanentemente as características da região. Diz a bióloga Flávia Mochel, do Departamento de Oceanografi a e Limnologia da Universidade Federal do Maranhão: "Para aumentarem a produtividade, os carcinicultores enchem os criadouros de pesticidas e antibióticos. Na época da coleta dos camarões, esse material é escoado sem fi ltragem para o manguezal. Os tanques têm vida útil de, no máximo, dez anos. Depois desse período, os criadores os abandonam e escavam novos tanques, destruindo outra área de manguezal".

A deterioração dos manguezais brasileiros nas últimas décadas é também resultado da ausência de projetos, em escala nacional, que visem à sua preservação e ao uso sustentável.

Durante muito tempo,os únicos trabalhos produzidos sobre o tema eram de cunho científi co, com circulação limitada às universidades e com foco em regiões restritas. O primeiro mapeamento nacional dos manguezais foifeito apenas em 2008, pelo Ibama. Um projeto lançado há três anos pelo Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio), batizado de Manguezais do Brasil, recebeu fi nanciamentodo Pnud, órgão das Nações Unidas que lida com questões ambientais. Foram escolhidas cinco regiões na costa brasileira, nos estados do Pará, Maranhão, Piauí, Paraíba, São Paulo e Paraná, onde serãofeitas experiências de gestão e preservação dos recursos. O mapeamento do ecossistema também será atualizado, em parceria com o Ibama e o Inpe. Espera-se que a iniciativa ajude a preservar os berçários da vida do litoral brasileiro. 

Fonte: Veja, Alexandre Salvador,Planeta Sustentável