quinta-feira, 21 de junho de 2012

Campanha de Educação Ambiental

Sempre que se aproximam as festas juninas, surge, junto com elas, a preocupação com os danos causados ao meio ambiente e à saúde das pessoas, por conta do desmatamento e da fumaça, em virtude da tradição de queimar fogueiras.
Sabemos que a cultura do nosso povo deve ser preservada, mas entendemos que as pessoas precisam se conscientizar de que a queima da madeira neste período junino contribui, consideravelmente, para a destruição da mata nativa, e com o aumento do CO2 na atmosfera, causado pela fumaça, cresce o índice de doenças respiratórias, principalmente em crianças e em idosos.
Por isso, mantenham a tradição, mas sem exageros. Em vez de acenderem várias fogueiras, reúnam amigos e familiares em torno de apenas uma.

Essa Campanha de Educação Ambiental é desenvolvida há 3 anos pelo professor e ambientalista José Bezerra Neto, alerta quanto aos riscos para o meio ambiente e para a saúde.




segunda-feira, 11 de junho de 2012

ENTREVISTA: Paul Gilding; É hora de mudar o mundo

Em 2005, quando o ambientalista australiano Paul Gilding escreveu pela primeira vez de uma crise global econômica e ambiental, a reação foi de descrença. “Então”, diz ele, “três anos depois veio a crise financeira de 2008, e o mercado já não mais parecia invencível.”

 

O mundo deu-lhe ouvidos. O preço pago por acordar antes foi perder o sono. "Passei anos aflito com o estado do mundo, invadido por um desespero tremendo, até me dar conta de que essa atitude não ajudaria em nada", relata, em entrevista exclusiva, o ex-chefe do Greenpeace internacional e hoje consultor de governos e de grandes empresas. A mudança de atitude resultou no livro The Great Disruption ("A Grande Ruptura", ainda não publicado no Brasil), lançado em 2011. Nele Gilding explica de que forma as mudanças climáticas irão levar ao fim do consumismo e do crescimento econômico e alerta para a trágica perda, no futuro próximo, de bilhões de vidas humanas ocasionada pelo uso excessivo dos recursos naturais. Mas ele garante: um novo mundo, baseado em um modelo de desenvolvimento que não comprometa o planeta, surgirá. Gilding, de 52 anos, é um otimista fundamentado "em ciência, história e estudos de viabilidade econômica". Mora com a esposa e os filhos em uma fazenda no sul da Tasmânia, onde cultiva amoras e cria galinhas e ovelhas. "Quando nos mobilizamos", diz sobre a humanidade, "somos capazes de feitos extraordinários." 

A Rio+20 serve de indicador de que o mundo está cada vez mais consciente da gravidade dos problemas ambientais? É importante distinguir bem dois aspectos: o da conscientização e o da ação. A Rio+20 e outros encontros desse tipo são fundamentais para ampliar a consciência da natureza global tanto do problema como de sua solução. Ou seja, nesse caso, o que precisamos é de um pouco de paciência. Afinal, conseguimos chegar ao ponto de nos ver como uma sociedade globalizada em apenas 30 anos - ou, provavelmente, a partir da Segunda Guerra Mundial, que foi quando essa nova mentalidade começou a se delinear. Mas empreender algo efetivo e dramático para transformar a economia e a sociedade em nível mundial é um passo desafiador e difícil em termos culturais e intelectuais. 

Em qual tema você acha que deveríamos nos concentrar durante a conferência? É urgente discutir nosso poder de reação em uma situação de emergência. Precisamos ser capazes de reconhecer o período de adversidade, de interpretar os sinais - e eles indicam que estamos a caminho de uma crise. Não temos margem de erro, pois já é tarde demais. Por isso, é preciso conversar com os militares, falar do que é de fato crucial, dos riscos de um colapso nos setores dependentes de combustíveis fósseis, entre outros temas. É necessário pensar a escala dessa mudança dramática, algo que afeta a sociedade, o consumismo, as expectativas individuais, as estruturas econômicas. Como alterar o regime fiscal de modo a cobrar mais impostos de materiais e bens, e menos das pessoas, e assim gerar empregos? É hora de concebermos ideias para enfrentar mudanças dramáticas. Ainda estamos na ilusão de que vai ser um processo suave de mudança. 

É chocante em seu livro a ideia de que estamos muito próximos de uma trágica extinção da vida devido ao uso excessivo dos recursos. Você estima que essa crise possa começar já em 2018. 
É a data que sempre menciono, mas não se trata de uma previsão exata. Também costumo dizer que, em muitos aspectos, a crise já acontece ao nosso redor.

Fonte: Matthews Shirts e Thiago Medaglia, National Geographic Brasil