Dia
Nacional da Caatinga (28 de abril). Instituída em 2003 por decreto federal, a
data é uma homenagem ao pesquisador pernambucano João Vasconcelos Sobrinho,
pioneiro no estudo e na defesa da Caatinga. Ele nasceu em 28 de abril de 1908 e
morreu em 1989.
A
Caatinga é considerada o único bioma exclusivamente brasileiro, abrange oito
estados e ocupa cerca de 10% do território nacional. Ameaçada pelo desmatamento
e pela desertificação.
Parque Nacional de Boa Nova-Ba, Prof. José Bezerra Neto |
Ocupando quase 10% do território
nacional, com 736.833 km², a Caatinga abrange os estados do Ceará, Rio Grande
do Norte, Paraíba, Pernambuco, Sergipe, Alagoas, Bahia, sul e leste do Piauí e
norte de Minas Gerais. Região de clima semi-árido e solo raso e pedregoso,
embora relativamente fértil, o bioma é rico em recursos genéticos dada a sua
alta biodiversidade. O aspecto agressivo da vegetação contrasta com o colorido
diversificado das flores emergentes no período das chuvas, cujo índice
pluviométrico varia entre 300 e 800 milímetros anualmente.
A Caatinga apresenta três estratos: arbóreo (8 a 12
metros), arbustivo (2 a 5 metros) e o herbáceo (abaixo de 2 metros). A
vegetação adaptou-se ao clima seco para se proteger. As folhas, por exemplo,
são finas ou inexistentes. Algumas plantas armazenam água, como os cactos,
outras se caracterizam por terem raízes praticamente na superfície do solo para
absorver o máximo da chuva. Algumas das espécies mais comuns da região são a
amburana, aroeira, umbu, baraúna, maniçoba, macambira, mandacaru e juazeiro.
Parque Nacional de Boa Nova-Ba, Prof. José Bezerra Neto |
No meio de tanta aridez, a Caatinga surpreende com
suas "ilhas de umidade" e solos férteis. São os chamados brejos, que
quebram a monotonia das condições físicas e geológicas dos sertões. Nessas
ilhas é possível produzir quase todos os alimentos e frutas peculiares aos
trópicos do mundo. Essas áreas normalmente localizam-se próximas às serras,
onde a abundância de chuvas é maior.
Através de caminhos diversos, os rios regionais
saem das bordas das chapadas, percorrem extensas depressões entre os planaltos
quentes e secos e acabam chegando ao mar, ou engrossando as águas do São
Francisco e do Parnaíba (rios que cruzam a Caatinga). Das cabeceiras até as
proximidades do mar, os rios com nascente na região permanecem secos por cinco
a sete meses do ano. Apenas o canal principal do São Francisco mantém seu fluxo
através dos sertões, com águas trazidas de outras regiões climáticas e
hídricas.
Parque Nacional de Boa Nova-Ba, Prof. José Bezerra Neto |
Quando chove, no início do ano, a paisagem muda
muito rapidamente. As árvores cobrem-se de folhas e o solo fica forrado de
pequenas plantas. A fauna volta a engordar. Na Caatinga vive a ararinha-azul,
ameaçada de extinção. O último exemplar da espécie vivendo na natureza não foi
mais visto desde o final de 2000. Outros animais da região são o sapo-cururu,
asa-branca, cotia, gambá, preá, veado-catingueiro, tatu-peba e o
sagüi-do-nordeste, entre outros.
Cerca de 20 milhões de brasileiros vivem na região
coberta pela Caatinga, em quase 800 mil km2 de área. Quando não chove, o homem
do sertão e sua família precisam caminhar quilômetros em busca da água dos
açudes. A irregularidade climática é um dos fatores que mais interferem na vida
do sertanejo.
Mesmo quando chove, o solo pedregoso não consegue
armazenar a água que cai e a temperatura elevada (médias entre 25°C e 29°C)
provoca intensa evaporação. Na longa estiagem os sertões são, muitas vezes,
semidesertos que, apesar do tempo nublado, não costumam receber chuva.
Fonte:WWF